O nome pode até soar estranho, porém a sua função é ótima. Entenda mais sobre o uso de relactadores para incentivar a amamentação.
Em primeiro lugar, é bom aprender o conceito.
A relactação é uma técnica que consegue fazer com que o bebê volte a mamar no peito.
Ela é cada vez mais recomendada nos casos em que, a lactante, por algum motivo, tem de iniciar a oferta de leite de fórmula para o seu bebê ou necessita parar a amamentação, porém quer retomá-la posteriormente.
Quando cai a produção de leite na mãe, é normal a recomendação para se complementar com leite industrializado.
Na relactação, o leite complementar é fornecido ao nenê por uma cânula, colocada próxima ao mamilo da mãe.
Deste modo, ao mesmo tempo, o bebê recebe o leite adicional que está precisando e acaba estimulando a produção de leite materno, ao sugar o peito da mãe.
Parece difícil, certamente é mais trabalhoso do que simplesmente dar uma mamadeira! mas não é nada do outro mundo, pelo contrário.
A relactação, também chamada de translactação, baseia-se no princípio de que a sucção do nenê estimula a liberação dos hormônios prolactina (responsável pela produção de leite no interior das glândulas mamárias) e ocitocina (que realiza a ejeção do leite).
Isso é: quanto mais o bebê suga, maior é a produção de leite materno.
Da mesma forma, não se pode afirmar que se a mãe fizer o procedimento de relactação, que não será mais necessário complementar a mamada.
Não dá para ter certeza, de forma alguma!
Para algumas mães, ainda que ocorra maior estímulo pela sucção do bebê, a produção de leite não será suficiente.
Pode-se dizer, contudo, que é válida a tentativa, nem que seja para aumentar sua produção, manter o bebê mamando no peito e postergar o desmame.
O que deve ser feito para aumentar as chances da relactação dar certo?
Deve-se fazer tudo o que estiver à disposição para aumentar a produção de leite: retirá-lo com uma bomba para estimular ainda mais a saída de leite; tomar muito líquido, alimentar-se bem e descansar.
Da mesma forma, promover uma boa pega do bebê no peito também é essencial.
Outra dúvida comum: as mamães querem saber onde comprar um relactador. Isso é simples: é possível comprar uma sonda e acoplá-la numa seringa (ou até mesmo em um copo onde estará o leite), seguindo as orientações do pediatra da criança.
Normalmente, é utilizada uma sonda nasogástrica número 4, com as pontas aparadas (essa sonda é encontrada, facilmente, nas casas de material cirúrgico).
A relactação é recomendada nos seguintes casos.
Mulheres que não puderam amamentar seus bebês, logo depois do nascimento, por internação do bebê ou da mãe.
Mulheres que apresentam casos de hipogalactia, ou seja: a diminuição da produção de leite materno.
Diante das dificuldades iniciais da amamentação, algumas mães deixam de oferecer o peito, por falta de orientação profissional, desmotivação ou mesmo influência de terceiros, mas podem ser beneficiadas com a relactação.
Nenês que apresentam alergias alimentares, como ao leite de vaca, após o desmame.
Quando a relactação é inviável?
Quando o bebê, mesmo com estímulo adequado, se nega a aceitar o peito; quando existiu remoção de grande quantidade de tecido mamário, que acaba prejudicando a produção de leite, e quando a mãe não está em condições para passar pelas dificuldades do processo.
Há possibilidade de voltar a ter leite, mesmo após o desmame?
Sim, é possível. Mas quanto menor for esse intervalo, mais fácil é o retorno do leite, para a maioria das mulheres. Além disso, é maior a chance de o bebê ainda aceitar o peito, pois com o passar do tempo, ele poderá preferir a mamadeira.
Do mesmo modo, há casos em que mães adotivas, através da relactação, conseguem amamentar seus bebês, mesmo não passando por todo o preparo hormonal que há na gestação para que a mulher consiga fazer a produção do leite.
Nestes casos, o termo certo é lactação induzida e pode ser preciso a utilização de medicações conjugadas para que tenha sucesso na amamentação.
Embora a técnica seja muito parecida com a relactação, o acompanhamento por um profissional especializado é o ideal.
É importante ressaltar que apesar da relactação ser uma das técnicas que podem ser indicadas na intervenção profissional para viabilizar a amamentação, ela deve ser usada em casos específicos e retirada de forma gradual, já que há risco do bebê se habituar com o fluxo contínuo do leite (o que não acontece na amamentação).
A sonda deve ser descartável a fim de que impeça que os resíduos de leite permaneçam em suas paredes e contamine o leite que será oferecido em seguida. Esse cuidado, junto com a higienização do frasco tem vital importância para a proteção do bebê.
Depoimento de uma mãe
“Meu bebê não estava ganhando peso. Então, o Dr. Jorge pediu para eu complementar as mamadas com fórmula”, diz Mariana Maldanis Albessú Fernandes Pellegrino, mãe do pequeno Eduardo Henrique Maldanis Albessú Pellegrino, 1 mês de idade.
“Estou utilizando o relactador há 2 semanas. Como eu não queria dar mamadeira, o Jorge me sugeriu a sua utilização”, afirma.
“Tenho usado e tem sido ótimo, pois meu nenê continua mamando no peito e também está tendo a suplementação na alimentação que o tem ajudado a ganhar peso e se desenvolver”, conta Mariana.
“Além disso, meu leite tem aumentado e espero, em breve, poder deixar de usar para amamentar exclusivamente com leite materno”.
“Se o procedimento for feito da forma correta, as chances de sucesso são bem altas!” diz o pediatra Jorge Huberman.
“Ainda assim, vale a pena lembrar que a técnica, sozinha, não garante o sucesso do processo”, explica o neonatologista.
“Há outros fatores que devem ser aplicados junto com a relactação e que são imprescindíveis para que a mulher produza leite; entre eles, manter uma dieta balanceada, beber muito líquido e estar bem descansada. Já obtivemos sucesso em vários casos em que se usou essa técnica”, finaliza o médico.
Para marcar uma consulta com o Dr.Jorge Huberman, ligue para: (11) 2384-9701