Dr. Jorge Huberman

Tratamento para otite em bebês

A otite é uma das infecções mais comuns em crianças e a razão mais frequente da prescrição de antibióticos para elas. Por isso, é importante que se saiba qual tratamento para otite em bebês. Mais de 80% terão esse problema ao menos uma vez no começo da vida.

Do mesmo modo, é essencial saber como prevenir a otite nas crianças, já que ela é uma infecção que pode trazer sérias complicações.  

As crianças apresentam com frequência infecções de vias aéreas superiores, sendo mais recorrentes: amigdalites, sinusites e otites.

As otites médias estão entre as infecções mais frequentes, essencialmente em pacientes até 6 anos. Um dos motivos para isso é o fato delas terem a tuba auditiva, canal que liga a orelha média ao nariz, em posição mais horizontal.

Isso pode favorecer a infecção do ouvido.

Essa otite infantil tem como principal sintoma a febre. Eventualmente, surgem dores de ouvido.

Alguns motivos estão associados ao aumento da frequência de otite nas crianças, mas estudos demonstram que a entrada delas em creches, muito cedo, e nas escolas é um dos principais fatores para o aumento de casos da otite.

“É recomendável utilizar touca ou protetores de ouvido para nadar, evitar a umidade no ouvido, não fazer limpezas fortes e não abusar das hastes flexíveis”, ensina o Dr Jorge Huberman.

“Para lavar o ouvido do bebê, durante o banho, em dias alternados, deve-se inclinar a cabeça do pequeno para permitir que a água entre no ouvido e suavize o cerume”, afirma o pediatra Jorge.

“Isso evita o acúmulo de cera e o entupimento do ouvido, sem ter que empurrar a cera para o interior do ouvido. Manter sem o aleitamento materno e sempre ensinar a criança a assoar os mucos, para que sejam expulsos, evitando que subam para os ouvidos” diz o neonatologista.

Médico examinando o ouvido de um bebê: otite pode surgir de várias maneiras; a otite média aguda é a mais comum nas crianças

Otite pode aparecer de diversas maneiras: saiba qual o tratamento para otite em bebês

A doença pode aparecer nas seguintes maneiras.  

Otite média aguda: a mais comum nas crianças. Trata-se de uma infecção (aguda) do ouvido médio com início rápido dos sinais e dos sintomas.  

Otite média secretora: otite infantil que é uma inflamação da orelha média onde há uma coleção líquida em seu espaço e a membrana do tímpano se mantém intocada.  

Otite média recorrente: caracterizada quando a criança apresenta várias vezes a doença em pouco intervalo de tempo.  

A otite média pode gerar um líquido conhecido como efusão da orelha média.

Essa secreção pode ser: fina e líquida (serosa); espessa e viscosa (mucoide) ou, ainda, purulenta. O tratamento é clínico, com medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos.

Em casos muito recorrentes, o tratamento cirúrgico é necessário: é feita uma incisão pequena no tímpano para aspirar as secreções. 

Depois de um episódio de otite média aguda, a secreção da orelha média pode persistir, ocasionando infecções com certa frequência.

É caracterizada como otite média aguda recorrente aquela que ocorre em três episódios, no intervalo de 180 dias ou, então, em quatro episódios no período de um ano.

A mesma pode até levar à perda auditiva e atrapalhar o desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento cognitivo e afetar a qualidade de vida da criança.  

Pesquisas recentes sugerem que pacientes com menos de 2 anos de idade têm chances maiores de recorrência de otites, assim como bebês filhos de pais asmáticos ou com dermatite atópica.

Criança usando toca ao sair da piscina: crianças que nadam frequentemente podem ter a otite infantil porque a natação em piscinas pode atingir o trato respiratório

Crianças que nadam com frequência também apresentam risco maior de infecções de vias aéreas superiores, ou seja, a otite infantil.

Isso ocorre porque a natação em piscinas pode afetar a saúde do trato respiratório, já que elas estão expostas a agentes químicos, vírus e bactérias.

Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento da otite média

Há outros fatores de risco para o desenvolvimento de otite média aguda recorrente. Sendo: primeiro caso antes dos seis meses de idade; histórico familiar de otite média aguda recorrente; uso frequente de antibiótico.  

Médicos e especialistas afirmam que o uso de antibióticos tem que ser muito criterioso.

Isso porque a maior parte dos casos de otite média aguda, a otite em crianças mais frequente, são curadas de forma espontânea.

Fora isso, a otite média secretora, outro tipo comum de otite infantil, não precisa ser tratada com antibióticos.  

A utilização frequente desses medicamentos tem contribuído para o desenvolvimento de bactérias que são mais resistentes.

Em consequência, os remédios disponíveis no mercado tornam-se cada vez menos eficazes. Por isso, e para evitar outras complicações, jamais dê à criança esse tipo de remédio por conta própria. 

Otite para as crianças tem prevenção!  

Pediatra examina o ouvido de uma criança: consulte sempre um especialista e evite sempre a automedicação

Apesar de ser bastante frequente e comum, a otite em crianças pode ser prevenida com atitudes bem simples.

Por exemplo: o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida é uma grande recomendação, pois o mesmo fortalece o sistema imunológico do bebê. 

Da mesma forma, evitar a exposição à fumaça do tabaco, além de evitar a utilização de mamadeiras são outras recomendações bem importantes.

Estudos mostram que a posição do bebê enquanto utiliza a mamadeira, com o rosto para cima, favorece a incidência das infecções. Além disso, as chupetas, porta de entrada de vírus e bactérias, também contribuem bastante para a otite infantil.  

Outro modo importante de evitar a otite em crianças é estar em dias com suas vacinas: a utilização da vacina pneumocócica heptavalente (PCV7) e a vacina para influenza, o vírus da gripe, além de tratamentos profiláticos com antibióticos.

A utilização de xilitol, presente nas gomas de mascar, reduz em até 25% os casos de otite em crianças, quando usado de três a cinco vezes por dia. 

Se tiver dúvidas, nunca utilize qualquer medicamento por conta própria. Procure a ajuda de um especialista. O médico pode, sem dúvida, saber qual o melhor tratamento para cada caso.