Dr. Jorge Huberman

Queda de cabelo pós-parto: causas e amamentação

Durante o período pós-parto, também conhecido como puerpério, a mãe passa por várias transformações. As primeiras semanas após dar à luz, trazem consequências estéticas para a mulher – o que costuma gerar preocupações. A queda de cabelo, por exemplo, ocorre após a gestação e durante a amamentação do recém-nascido. Entenda as causas!

De acordo com o pediatra e neonatologista Jorge Huberman, o ciclo do cabelo passa por três fases. A primeira é a anágena, que corresponde ao nascimento e crescimento. A segunda, a catágena, que é a fase adulta dos fios. Já na última fase, a telógena, eles sofrem uma queda brusca.

A situação é comum e o principal motivo é a mudança súbita nos chamados hormônios femininos. Progesterona e estrógeno aumentam durante a gravidez, mas começam a diminuir quando o bebê nasce. Essas oscilações costumam durar de 3 a 6 meses.

O evento da queda de cabelo é tecnicamente denominado eflúvio telógeno pós-parto e a explicação é simples: os hormônios responsáveis por regular os processos do organismo se comportam de uma nova maneira, que afeta diretamente a saúde capilar.

O pediatra e neonatalogista, Dr.Jorge Huberman, em seu consultório, no Instituto Saúde Plena fala sobre queda de cabelo pós-parto
O pediatra e neonatologista, Dr.Jorge Huberman, em seu consultório, no Instituto Saúde Plena fala sobre queda de cabelo pós-parto (Foto: Kesher Conteúdo/Divulgação)

Durante a gestação, os fios da mulher ficam estagnados na fase de crescimento. Já no puerpério, eles entram na fase de repouso e a reprogramação das madeixas pode assustar aquelas que não estão acostumadas a perdê-las em grande quantidade.

É importante investigar as possíveis causas da queda de cabelo puerperal e entender que, além de benigna, a doença tem começo, meio e fim pré-determinados. É preciso ter paciência e aproveitar bem as dicas que ajudam a diminuir os efeitos na autoestima e saúde feminina.

Existe um modo de diagnosticar a queda de cabelo pós-parto?

É possível identificar o afinamento dos fios antes mesmo deles caírem. O couro cabeludo fica visível e o cabelo perde volume, ou seja, a densidade de cada um dos fios diminui. A perda frequente de 50 a 100 fios por dia passa para 500 fios.

Caso haja necessidade, é preciso consultar um especialista no assunto, como tricologistas ou dermatologistas. Durante o atendimento, o diâmetro e comprimento dos fios podem ser analisados, o que é essencial para diferenciar cada um dos casos.

Estresse, medicamentos e dietas restritivas são exemplos de outras causas da queda capilar. É indicado evitar períodos prolongados do corpo em alerta, a automedicação e a restrição alimentar excessiva em dietas sem apoio médico.

O hemograma também permite investigar outros fatores que ocasionam a diminuição dos fios. A falta de vitaminas, nutrientes e alterações na tireoide ficam evidentes em exames de sangue e o tratamento resultante pode reduzir a perda dos fios quase que instantaneamente.

Como tratar a queda de cabelo?

O uso de medicamentos vai depender do resultado de exames específicos. Em alguns casos, a ledterapia capilar é indicada por profissionais especializados da área. No tratamento, a luz de LED aumenta o fluxo sanguíneo no local e estimula o crescimento.

O microagulhamento é outro método conhecido por solucionar inclusive casos de calvície. Um dispositivo portátil com agulhas faz pequenos furos no couro cabeludo. Antes, o paciente recebe um anestésico, pois é comum que haja sangramento no local de aplicação. 

Outra opção é o shampoo antiqueda, que reduz significativamente a perda de cabelo. Remédios também podem ser prescritos para potencializar o efeito desejado.

Muitas pessoas acreditam que a ingestão de vitaminas pode solucionar a queda capilar pós-parto. Entretanto, é importante ressaltar que a utilização destas só é válida quando, de fato, existem índices abaixo do esperado.

Além de uma época sensível para as mulheres, o puerpério pode causar queda capilar
Além de uma época sensível para as mulheres, o puerpério pode causar queda capilar (Foto: Freepik)

O uso indiscriminado de vitaminas e medicamentos não é recomendado. O excesso de suplementos sem indicação pode ser causar a hipervitaminose, quadro clínico que se apresenta quando a concentração de determinada vitamina está excedente em relação ao ideal.

Qual a relação da queda de cabelo com a amamentação?

A amamentação influencia diretamente na queda de cabelo pós-parto porque a prolactina, hormônio responsável pela produção do leite materno, desregula os outros hormônios. Quando a mãe pratica o aleitamento exclusivo, é ainda mais comum a desregulação das substâncias químicas.

Por conta dessa relação entre ambos os aspectos, o pediatra costuma ser o primeiro profissional da área da saúde a ouvir queixas de mulheres a respeito do volume do cabelo ou afinamento dos fios.

Ele indicará a mãe para dermatologistas ou tricologistas, capazes de tratar o couro cabeludo com as especificidades necessárias.

Apesar de estarem associados, parar a amamentação não garante que o cabelo voltará a crescer naturalmente. Somente a estabilização hormonal é capaz de impedir a queda capilar e ela pode demorar todo o puerpério para chegar.

O estresse durante o período de adaptação da mãe com o filho somado a privação de sono e alimentação desajustada pode intensificar a diminuição considerável dos fios, que ficam quebradiços e finos.

Por isso, não é convencional que o pediatra sugira a interrupção da amamentação. O indicado é aguardar sem desespero a normalização dos níveis hormonais.

Como controlar a queda de cabelo no pós-parto?

Investir em uma dieta variada e nutritiva é a primeira regra para as mulheres que pretendem amenizar a perda de cabelo no puerpério. Proteína, vitamina A, ferro e zinco favorecem a saúde da mãe e do bebê, além de deixar os fios mais fortes.

É importante lavar o cabelo no máximo três vezes por semana para evitar a queda de cabelo pós-parto
É importante lavar o cabelo no máximo três vezes por semana para evitar a queda de cabelo pós-parto (Foto: Pexels)

É recomendado também lavar o couro cabeludo no banho apenas 3 vezes por semana. A escovação, que atrapalha a saúde das madeixas, deve ser realizada preferencialmente com pentes largos para desfazer os nós cuidadosamente.

Outras dicas valiosas são: usar produtos que combatem a queda capilar, evitar prender o cabelo, não dormir com ele molhado para evitar a proliferação de fungos e evitar procedimentos com químicas agressivas.

Uma boa aposta é o cronograma capilar com etapas de nutrição, hidratação e reconstrução. Antes de realizar a sequência de tratamentos, é interessante que o cabelo seja analisado na intenção de detectar as maiores necessidades para diminuir ou aumentar a intensidade de alguma das etapas.

Lembre-se que é só uma questão de tempo para tudo se normalizar. Por isso, mesmo que medicamentos sejam prescritos e mudanças na rotina sejam indicadas, mantenha a calma. O cabelo voltará ao seu estado natural quando o corpo se readaptar à vida após uma gestação.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.