Dr. Jorge Huberman

Por que as unhas enfraquecem na gravidez?

As mulheres passam por grandes mudanças no corpo durante os nove meses de gravidez. Uma delas são as unhas, que podem enfraquecer, perder o brilho e ficar quebradiças. Em alguns casos, a despigmentação também pode ocorrer. Entenda por que isso acontece com as mulheres.

Segundo estudo publicado pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), 5 em cada 10 gestantes relatam alterações dermatológicas nas unhas. Elas podem crescer mais rapidamente ou sofrer do efeito contrário, ou seja, com a falta de nutrição adequada.

Nesse segundo caso, as principais causas do enfraquecimento das unhas são a questão hormonal, o aumento da circulação sanguínea e o metabolismo. A produção excessiva da tireoide, por exemplo, estimula a descamação e quebra.

Já as glândulas adrenais, responsáveis pelo inchaço dos pés e mãos decorrente da diminuição de sangue, contribuem para diminuir a espessura das unhas. Essa mudança na textura pode ocorrer durante todo o tempo de gravidez ou apenas nos 3 primeiros meses.

Não há motivos para preocupação, além de ser um sintoma esperado entre as grávidas, o quadro é completamente reversível. A tendência é que as unhas voltem ao crescimento normal após no máximo 6 meses do nascimento do bebê.

É importante lembrar que as unhas refletem a saúde do organismo. Anemia, falta de vitaminas, proteínas, contato com produtos químicos e uso de medicamentos específicos também são capazes de afetar a força e aparência delas.

Entenda como é possível evitar o enfraquecimento das unhas e saiba como tratá-las ao longo da gestação!

Dicas para evitar o enfraquecimento das unhas na gravidez

A alimentação balanceada é essencial para uma gravidez saudável tanto para a mãe quanto para o feto. A biotina, uma das vitaminas que compõem o complexo B, é importante para o desenvolvimento e crescimento do embrião e para o bom aspecto da pele, do cabelo e das unhas.

É possível adquirir a substância por meio de uma dieta variada. Alimentos como ovos, legumes, nozes, banana, abacate e cogumelos são exemplos de fonte rica em biotina.

A suplementação em caso de deficiência é outra opção que pode contribuir para o desenvolvimento fetal, tratamento de diabetes ou tratamento de acne.

Atividades básicas do dia a dia como lavar a roupa, a louça ou cozinhar também desgastam as placas de queratina das unhas. Por isso, deve-se utilizar luvas próprias para o serviço doméstico. Lembrando que gestantes devem se manter em constante estado de alerta e evitar esforço físico intenso.

Fortalecedores feitos com fibras naturais podem ser usados por gestantes, que já tem como característica as unhas frágeis. Apesar disso, os dermocosméticos devem ser indicados pelo médico que acompanha a gravidez e tem conhecimento do quadro da paciente.

É permitido fazer as unhas durante a gravidez. Entretanto, é preciso adotar a prática de carregar um kit de unha de uso individual para evitar contaminações
É permitido fazer as unhas durante a gravidez. Entretanto, é preciso adotar a prática de carregar um kit de unha de uso individual para evitar contaminações (Foto: Freepik)

Além destes cuidados, o uso contínuo de hidratantes e a manutenção da higiene das unhas e da cutícula é primordial.

De acordo com o pediatra e neonatologista, Jorge Huberman, se esse for o caso, é possível investir em bases fortalecedoras. “Não há restrições: grávidas podem usar esmaltes e acetona e tirar a cutícula sem problemas. Só é necessário ter cuidado com a higienização de alicates e empurradores, que devem ser esterilizados. E perto do dia previsto para o parto, evite esmaltes escuros e prefira uma base transparente. Se precisar de anestesia, um dos meios de acompanhar a paciente é colocando um monitor nos dedos – e a cor forte atrapalha”, explica o médico.

O pediatra e neonatalogista, Dr.Jorge Huberman, em seu consultório, no Instituto Saúde Plena fala sobre fertilidade
O pediatra e neonatalogista, Dr.Jorge Huberman, em seu consultório, no Instituto Saúde Plena fala sobre unhas fracas na gravidez (Foto: Kesher Conteúdo/Divulgação)

Grávidas podem fazer as unhas sem medo

Está liberado fazer as unhas durante a gravidez, mas é necessário ter alguns cuidados. A primeira dica é escolher o esmalte com atenção, a melhor opção são aqueles hipoalergênicos. Também é importante conferir as substâncias presentes no rótulo do produto.

Caso a mulher escolha frequentar o salão de beleza grávida, uma segunda precaução deve ser tomada. Itens do kit de unha como alicate, lixa, palito, luva e afins devem ser de uso individual. Esses materiais podem ser responsáveis por transmitir doenças virais, bacterianas ou fúngicas.

A terceira dica valiosa é evitar o uso de unhas de gel. Apesar de não ter uma investigação a respeito, a Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional de São Paulo (SBD – SP) alerta sobre um possível perigo nas técnicas de aplicação utilizadas no procedimento.

Os produtos empregados para fixar a unha podem irritar a pele sensível da grávida. Além disso, é preciso mergulhar as mãos na acetona, por algum tempo, na hora de retirar a esmaltação. Os removedores não devem ser usados em excesso ou por um longo período.

As unhas postiças também devem ser banidas da vida da mulher gestante. Na maioria das vezes, elas contém uma substância denominada etil metacrilato, capaz de ocasionar alterações fetais e dermatites de contato, que nada mais são do que irritações na pele.

O tom do esmalte nas unhas em um estágio avançado da gravidez também tem sua devida importância. É recomendado que, no último trimestre, a cor esteja clara para que o dedo seja visível. Isso porque a coloração da unha indica o nível de oxigênio no sangue da gestante e a possível proximidade do parto.

Além das unhas enfraquecidas: outras mudanças estéticas que ocorrem na gravidez

É importante que a mulher se queixe das unhas enfraquecidas na gravidez para o ginecologista, que a encaminhará para dermatologistas especializados
É importante que a mulher se queixe das unhas enfraquecidas na gravidez para o ginecologista, que a encaminhará para dermatologistas especializados (Foto: Freepik)

Não é só a unha que se modifica no corpo da mulher com a gestação de um bebê. Os pelos e os cabelos também oscilam com a onda de hormônios que invade o organismo feminino.

Os pelos faciais e corporais podem crescer de forma acelerada e em lugares inesperados. O rosto, a barriga e ao redor dos mamilos são áreas afetadas por uma nova pelugem que costuma sumir de 3 a 6 meses pós-parto.

A melhor maneira de remover os pelos é com pinça ou cera. Os procedimentos a laser, apesar de considerados seguros para gestantes, podem manchar e escurecer a pele que fica sensível nesse estado.

O cabelo, ao contrário, tende para o lado positivo porque ganha força e volume. Na gestação, os fios engrossam e ficam mais brilhantes e saudáveis porque permanecem por mais tempo na fase de crescimento.

O método ideal para cuidar do couro cabeludo é evitar secadores e produtos químicos e investir em shampoo e condicionador específicos para o novo tipo de madeixa.

Após o nascimento do bebê é recorrente que a mulher sofra com a queda de cabelo. Nesse cenário, o pediatra costuma ser o primeiro a saber das queixas e indicar a mulher para dermatologistas.

Já no que se refere às unhas, o pediatra não costuma ter qualquer relação com o tratamento. A ausência do profissional da saúde nesse contexto se deve ao fato de que o enfraquecimento ocorre ao longo da gestação e volta ao normal após o parto, quando mãe e filho passam por consultas periódicas.

O mais recorrente é que os obstetras e ginecologistas, que cuidam da mulher grávida, indiquem especialistas capazes de tratar a questão com eficiência.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.