Dr. Jorge Huberman

Nanismo, o que é? Principais sintomas e causas

Muita gente confunde. Outros realmente não sabem seu significado. Por isso, é bom esclarecer! Nanismo, o que é? Quais são seus principais sintomas e causas?

Em primeiro lugar, é bom que se esclareça. O nanismo é um transtorno caracterizado por certa deficiência no crescimento da criança.

Assim, ela acaba ficando com baixa estatura, comparando-se com a média da população de mesma faixa de idade.

Sem dúvida alguma, o nanismo afeta tanto mulheres como também os homens.

Contudo, isso não os impede de ter a sua capacidade intelectual mantida. Porém, pode ocorrer certo atraso no desenvolvimento sexual.

Além disso, conseguem ter uma vida normal e de excelente qualidade, como qualquer pessoa. A única diferença é a sua baixa estatura.

No entanto, infelizmente, muitas pessoas que têm nanismo são alvo de preconceito e também de discriminação social e têm que sempre contornar as dificuldades de acesso em ambientes preparados para receber somente pessoas com mais altura.

Há algumas semanas, um menino da Austrália teve um vídeo divulgado por sua mãe que sensibilizou milhões de pessoas ao redor do mundo.

O menino de 9 anos, Quaden Bayles brinca e sorri em sua pequena bicicleta: com somente 9 anos, história de vítima de bullying teve final feliz

Sua história, porém teve um final maravilhoso!

É por esse motivo que, diversas vezes, essas pessoas necessitam de auxílio para fazer tarefas consideradas como simples no nosso cotidiano, como sacar dinheiro no caixa eletrônico, utilizar o transporte público e também conseguir alcançar determinados produtos nas prateleiras de supermercado.

Dependendo do que querem comprar, normalmente precisam de ajuda para ter acesso a eles.

É considerado um dos tipos de nanismo a pessoa que possui baixa estatura grave. Essa condição é observada a partir dos 2 anos de idade, quando a criança interrompe o crescimento e desenvolvimento da sua estatura, ou seja, aquilo que já é esperado para a sua idade.

No entanto, alguns casos podem ser detectados já no exame pré-natal, por meio das ultrassonografias. Isso é, podem ser tratados ainda durante a gravidez. Quer dizer que existe tratamento para isso.

Identificação do nanismo é baseada na curva de crescimento estabelecida pela OMS

A identificação do nanismo é baseada na curva de crescimento estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com a idade e o peso.

Também, muitas vezes, é necessário realizar exames de imagem, como Raio-X, em algumas partes do corpo, para verificar os ossos longos e, ainda, exames de sangue, para que se analise a dosagem de hormônios voltados especificamente para o crescimento.

A altura média dos homens que sofrem de nanismo pode chegar a, no máximo, 1,45 m de altura. As mulheres atingem menos de 1,40 metro. Pode ocorrer também, claro, do homem chegar somente também até 1,40 m.

Ou seja, nesse caso, eles medem menos do que a estatura considerada média para quem sofre de nanismo. Isso é, faz parte de suas características físicas, dentro do chamado nanismo proporcional.

Isso de acordo com o Tratado de Pediatria Nelson, obra de referência realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

No passado, cidadãos com nanismo desproporcional eram chamadas de anões, vocábulo carregado de conotação depreciativa, que prejudica demais a sua autoimagem e socialização.

A medicina e a ciência já comprovaram que o tamanho de uma pessoa é causado por certas combinações de fatores, a começar pela hereditariedade e o funcionamento do sistema neuroendócrino e passando pelo contexto ambiental e a qualidade da nutrição.

De forma alguma, não seria incoerente dizer, então, que a baixa estatura pode representar apenas uma variante normal do crescimento de uma pessoa considerada como sendo saudável.

Em uma família de pessoas baixas, a tendência é que os descendentes mantenham o padrão de crescimento do grupo familiar, já que a altura final na vida adulta decorre de uma relação complexa com diversos fatores. Entre eles, estão os genes que herdamos das gerações que vieram antes de nós.

Baixa estatura familiar pode ocorrer por conta da restrição do crescimento do feto

Assim como a baixa estatura familiar, outras formas de baixa estatura idiopática, ou seja, sem uma causa definida, podem acontecer por conta de atraso constitucional do crescimento do esqueleto na puberdade (ACCP) ou, ainda, pela restrição do crescimento do feto que ainda se encontra na fase intrauterina.

Porém, é preciso levar em conta que o processo de crescimento determinado pelo potencial genético pode ser modificado por diversas intercorrências na infância da criança.

Desnutrição, doenças crônicas, deficiências hormonais, certas síndromes genéticas (síndrome de Turner, que afeta as meninas) podem transformar-se num empecilho para que a criança cresça e se desenvolva de forma normal.

Não é o que ocorre com a acondroplasia, que tem como causa fundamental a genética. Nos casos hereditários, a transmissão se dá por herança autossômica dominante.

Para tanto, basta que somente um dos pais seja um portador do gene defeituoso para que, em cada gestação, suba para 50% a probabilidade de transmitir uma cópia desse gene para um descendente, que também vai manifestar o transtorno.

Características transmitidas por herança autossômica dominante tendem a aparecer em todas as gerações da mesma família e tanto o pai como também a mãe são capazes de transmitir o gene afetado para os filhos de ambos os sexos.

Um bebê que recebe esse gene do pai e da mãe, normalmente, vive pouco, somente alguns meses.

Por isso, é bom sempre ter um pediatra e neonatologista de confiança escolhido já desde a gestação para acompanhar todo o seu desenvolvimento.