
Estrabismo na infância: aprenda a perceber os sinais!
Algumas crianças têm certo desvio entre os dois olhos. Esse é um dos sinais de estrabismo. Contudo, apesar de comum, é importante identificar o problema na infância para iniciar o tratamento o quanto antes. Portanto, saiba mais sobre o tema; estrabismo na infância: aprenda a perceber os seus sinais!
Antes de tudo, você sabe o que é o estrabismo? O mesmo consiste no desalinhamento intermitente ou constante dos eixos visuais, de maneira que a linha de visão não aponta para o mesmo objeto que a do outro olho. Sendo assim, os olhos ficam voltados para dentro, para fora ou no sentido vertical.
Existe ainda o chamado “pseudoestrabismo”, que ocorre quando a criança apenas aparenta ter os olhos desviados, mas, na verdade, eles estão na posição correta. Isso é frequente nos bebês que têm a prega da pálpebra mais larga, escondendo a parte interna do olho dando-lhes a aparência de desvio.
O estrabismo acomete cerca de 2% a 4% das crianças e deixa sequelas gravíssimas, se o paciente não receber os cuidados necessários. Sem tratamento, cerca de 50% das crianças com estrabismo apresentam alguma perda de visão decorrente da ambliopia.
Essa doença, também conhecida como olho preguiçoso, é uma redução da visão que ocorre porque o cérebro ignora a imagem recebida de um dos olhos. A criança pode ter perda total da visão se o distúrbio não for diagnosticado precocemente e tratado antes dos oito anos de idade.
Então, fique atento! A falta de alinhamento dos olhos nem sempre é evidente, mas existem alguns sinais que podem ajudar a identificar a existência das dificuldades oculares nos pequenos.
Com a pandemia estudos mostram que o uso excessivo de eletrônicos e o esforço visual para perto é um dos principais fatores que leva a uma manifestação precoce e à progressão da miopia. O pediatra e neonatologista Jorge Huberman, reforça que com as atividades externas restritas em função do isolamento social, a tecnologia se tornou uma das poucas alternativas de lazer dos pequenos. “Além das aulas online, a comunicação com amigos e familiares e as brincadeiras ficaram restritas ao uso das telas aumentando esse sintoma”, completa.

O estrabismo pode se manifestar em qualquer idade, mas o tratamento precoce pode evitar que a capacidade visual do seu filho seja reduzida. Em caso de dúvida, consulte o pediatra.
Causas de estrabismo
Dependendo da causa do estrabismo, a condição pode surgir nos primeiros meses de vida ou, mais tarde, na infância, e a visão de uma criança pode variar de normal a baixa visual severa. Crianças com desvios intermitentes podem ter visão normal em ambos os olhos.
Menores de 6 anos de idade têm risco de desenvolver estrabismo quando possuem a condição no histórico da família. Além disso, prematuridade, defeitos congênitos nos olhos, paralisia cerebral e distúrbios genéticos, como Síndrome de Down, também são alguns fatores que entram na lista.
Já no caso de crianças maiores, a partir dos 6 anos de idade, a condição do estrabismo é frequentemente causada por um erro de refração ou por uma alteração no controle do movimento ocular. É um desequilíbrio neuromuscular que interfere no controle da posição dos olhos.
Além disso, a perda de visão grave em apenas um dos olhos pode ocasionar o estrabismo, porque interfere na capacidade do cérebro de manter o alinhamento dos olhos. Outras causas incluem câncer nos olhos, como retinoblastoma por exemplo, encefalite e doenças neurológicas.
Caso o seu filho desenvolva o estrabismo, é fundamental realizar consultas médicas para identificar a causa do problema e tratá-la. Vale lembrar que cada caso é um caso e merece uma análise específica.
Tipos de estrabismo

Os diversos tipos de estrabismo são caracterizados de acordo com o sentido do desvio dos olhos. Apenas o oftalmologista ou pediatra pode definir, de fato, qual o caso do seu filho. Então não hesite em consultá-lo!
Na horizontal, o estrabismo pode ser:
- Convergente ou esotropia: quando o desvio dos olhos é voltado para dentro
- Divergente ou exotropia: quando o desvio dos olhos é voltado para fora
Na vertical, o estrabismo pode ser:
- Hipertropia: quando o desvio dos olhos é voltado para cima (ascendente)
- Hipotropia: quando o desvio dos olhos é voltado para (descendente)
As combinações entre o tipo horizontal e vertical também são comuns, como desvios para cima e para o nariz ao mesmo tempo, por exemplo. Além disso, é possível que o desvio seja alternado: ora o direito, ora o esquerdo, e também variação de alinhamento e desvio.
Como já dito, a irregularidade de alinhamento pode ser constante, quando o desvio é permanente, ou intermitente, quando o olho vira apenas parte do tempo. Para identificar o tipo de estrabismo do seu filho, é fundamental a avaliação médica.
Atenção aos sinais
Por não ser tão fácil identificar os sinais de estrabismo, é fundamental que a criança vá ao oftalmologista com certa frequência, e até mesmo na primeira semana de vida. O médico especialista pode analisar melhor a situação e encaminhar o tratamento correto.
Na maioria das vezes, o estrabismo só é percebido pelos familiares e responsáveis quando existe um movimento dessincronizado entre os olhos, ou seja, o desvio ocular.
Outros sinais incluem a dificuldade para enxergar objetos próximos, a fadiga ocular, o lacrimejamento constante, a coceira e a inclinação da cabeça na tentativa de manter os olhos paralelos.
Tratamento
O tratamento do estrabismo varia de acordo com as características e causas dessa condição. O objetivo é o alinhamento dos olhos para a equalização da visão da criança. Conheça algumas alternativas.
Tampão: ao colocar o tampão em um dos olhos, que deve ser usado cerca de 6 horas por dia, a criança é forçada a usar o olho mais fraco 100% do tempo para enxergar. O tempo de uso varia de acordo com a evolução da visão da criança.
Óculos: são indicados quando as crianças maiores apresentam grande erro de refração ocular.
Exercícios oculares: podem ajudar a corrigir a exotropia intermitente. São um tipo de fisioterapia para os olhos com indicação específica para cada caso.
Toxina botulínica: injeção da substância no músculo extraocular. O procedimento é feito com anestesia local, e tem duração aproximada de um minuto.

Quando o estrabismo não pode ser corrigido com esses métodos, é possível que tenha a necessidade de realizar a cirurgia do estrabismo infantil, indicada apenas em casos extremos. Felizmente, as taxas de sucesso do reparo cirúrgico do estrabismo passam dos 80%.
A cirurgia é feita na superfície do olho, alterando a posição ou tamanho dos músculos oculares. Eles podem ser afrouxados (recessão) ou apertados (ressecção). O tempo da cirurgia depende do tipo e do tamanho do desvio ocular e geralmente varia de 1 a 3 horas de duração.
Depois da cirurgia
No pós-operatório, o paciente se sentirá desconfortável. Seu filho pode reclamar de incômodo nos olhos, como se tivesse areia neles, e dor ao movê-los.
Porém, essa sensação é passageira e costuma desaparecer por volta do terceiro dia após a cirurgia. Os olhos ainda podem ficar avermelhados, mas isso passa algumas semanas adiante.
Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701