Dr. Jorge Huberman

Como ensinar seu filho a desenvolver empatia e gentileza

Não há nada nem ninguém melhor para ensinar a uma criança a forma correta de agir e se comportar, do que um pai ou uma mãe. Além de orientar sobre as boas maneiras, como dizer obrigado, pedir licença, por favor, ou se desculpar quando fizer algo de errado são eles que vão ensinar habilidades como a empatia e a gentileza.

Gestos simples, o exemplo, conversas de pais para filhos e demonstração de sentimentos são alguns dos caminhos que vão ajudar os pais na missão de educar o filho. Afinal, eles são o espelho do que a criança vai ser na infância e durante toda a vida.

Desde os primeiros dias após o nascimento, a criança aprende e se desenvolve acompanhando e imitando o comportamento dos adultos que estão ao seu redor. Parece uma tarefa difícil, mas para ter filhos empáticos e gentis é importante que você tenha essas características e as pratique diariamente.

Então, o que é a empatia? É a capacidade de se colocar no lugar do outro, buscando entender suas inseguranças, tentando compreender os motivos que levaram essa outra pessoa a tomar certa decisão. É como se você “vestisse os sapatos do outro”.

Seu filho com certeza nasce com a capacidade de se colocar no lugar do outro e ser gentil com as pessoas, mas sem uma boa orientação e exemplo, essa característica tem tudo para se ocultar. “Essas e muitas outras habilidades precisam ser ensinadas, incentivadas e desenvolvidas ao longo da infância, para formar um adulto mais sociável e respeitoso”, explica o pediatra Jorge Huberman.

O pediatra Jorge Huberman sorri em seu consultório em Moema
O pediatra Jorge Huberman sorri em seu consultório em Moema. Foto: Chico Audi

Por que incentivar empatia e gentileza para as crianças?

A infância é a melhor fase para ensinar o seu filho a ser empático e gentil. É nesse período que a criança está começando a assimilar o que é importante, o que não é, o que é certo, o que é errado e formando o próprio caráter e assimilando valores.

A empatia e a gentileza são características necessárias para que a vida em sociedade tenha mais harmonia e seja boa para todos. Crianças empáticas têm mais facilidade de lidar com conflitos, pois conhecem melhor seus sentimentos e sabem enxergar as situações a partir da perspectiva do outro.

Essa é a base para que seu filho cresça de forma ética, mantendo boas relações e criando vínculos ao longo da vida. Além disso, é fundamental para evitar o bullying que infelizmente ainda é uma prática tão presente nas escolas e no dia a dia das crianças, e pode contribuir para o desenvolvimento de traumas futuros.

Conversar com o seu filho sobre as emoções é uma boa forma de ensinar sobre empatia
Conversar com o seu filho sobre as emoções é uma boa forma de ensinar sobre empatia (Foto: Freepik)

Uma criança gentil e empática, antes de cometer qualquer tipo de crueldade com um colega, se colocaria no lugar dele. Sendo assim, ela perceberia que da mesma forma que os xingamentos e as agressões fariam mal para ela, também seria assim para o outro.

Por meio desse processo e do desenvolvimento de habilidades ligadas a sensibilidade, a criança se transforma em um adulto capaz de compreender os sentimentos, os pontos de vista e as atitudes das outras pessoas. Assim, teremos a chance de conviver em um mundo mais gentil, respeitoso, menos violento e, consequentemente, melhor.

Os pais são os grandes responsáveis por isso. São eles que além de darem o exemplo, decidem o que “entra” e o que “não entra” no dia a dia e na vida da família. Quais são os valores, o que é permitido fazer e o que não é. Não é uma missão fácil, mas com paciência, amor e compreensão, é possível.

Como essas habilidades para as crianças ?

A primeira coisa que você precisa saber é que ensinar o seu filho a desenvolver empatia e gentileza não é algo que acontece da noite para o dia. Essas capacidades amadurecem na criança a partir do treino e da prática no dia a dia. E lembre-se: os pais são os principais exemplos para a formação do caráter dos filhos.

Já que a criança aprende observando o comportamento dos pais, para ensiná-la a ser gentil e empática você precisa praticar essas características. Se coloque no lugar do seu filho e mostre que você entende os sentimentos dele através de suas atitudes e também do diálogo.

Compreender e respeitar as emoções e a personalidade individual da criança são os primeiros passos para que ela se sinta segura e confortável, se abra com você e, assim, entenda também os próprios sentimentos – o que é necessário para que ela possa entender o sentimento do outro.

Seu filho também vai observar o seu comportamento e sua reação em determinada situação. Muito além de palavras, o exemplo é a melhor forma de ensinar! Ser respeitoso, educado e paciente frente a um conflito, vai mostrar a criança que tudo pode ser resolvido sem brigas,, violência ou orgulho.

É impossível ser perfeito. Errar é humano e isso vai acontecer muitas vezes. Mas toda vez que você não conseguir agir com  gentileza ou empatia em determinada situação, é importante mostrar para o seu filho que você reconhece esse erro. Peça desculpas e ensine para criança outra forma de agir naquela circunstância.

Também é fundamental reconhecer quando a criança tem uma atitude positiva. Parabenizar o seu filho vai mostrar que ele tomou a atitude certa e que você ficou  feliz com aquilo. Os elogios vão incentivar a criança a continuar seguindo no caminho da empatia e gentileza.

Lidando com os sentimentos

O convívio com outras crianças vai ajudar o seu filho a compreender o sentimento delas e a ser gentil
O convívio com outras crianças vai ajudar o seu filho a compreender o sentimento delas e a ser gentil (Foto: Freepik)

Lidar com os próprios sentimentos e emoções já não é uma tarefa fácil, e tudo fica ainda mais difícil quando se trata dos sentimentos do outro. Para que o seu filho seja empático e gentil, você precisa mostrar a importância dos sentimentos e ensiná-lo a lidar com eles.

Fale para criança o nome de cada sentimento e explique como é sentir raiva, inveja ou tristeza, por exemplo, para que ela possa identificar o que está sentindo ou se lembrar de momentos em que já se sentiu assim.

Entendendo os próprios sentimentos e se sentindo acolhida, a criança aprende a enfrentar os seus problemas e, consequentemente, se torna mais suscetível a entender as atitudes do outro quando ele passa pela mesma situação.

O convívio social é importante porque permite que, desde cedo, as crianças entendam que existem diferenças entre elas e que é preciso respeitá-las. Dessa forma, seu filho crescerá aprendendo a se colocar no lugar do outro e praticando a gentileza.

Caso tenha dificuldades em ensinar essas habilidades para o seu filho, não se preocupe. O pediatra é o seu grande aliado para te ajudar e acompanhar o desenvolvimento da criança junto com você durante toda a infância.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista, Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.