
Doenças do verão: cuidados com a saúde das crianças
Para evitar maiores imprevistos com os pequenos durante as férias escolares, é necessário ficar atento às doenças típicas do verão e evitá-las. A estação mais quente do ano exige cuidados com a saúde das crianças.
Verão é sinônimo de sol, descanso, brincadeiras à beira do mar e da piscina e felicidade ao ar livre. Eles se jogam de cabeça e vivem o momento intensamente!
Durante a primeira infância, ou seja, nos primeiros cinco anos de vida, o ser humano passa por um processo de desenvolvimento intenso. Esse é o momento em que estamos mais sujeitos a vírus e bactérias.
Alta temperatura, insetos, alimentação desregulada e contato excessivo com a água podem ser rivais do bem-estar e da alegria. Saiba o que o calor pode causar e como evitar algumas doenças.
As doenças do verão mais comuns entre as crianças
- Otite
A otite é uma inflamação ou infecção no ouvido que causa bastante dor. Ela pode variar de acordo com os sintomas e localização e é classificada como externa, média ou interna.
No primeiro caso, a infecção acontece na parte de fora da orelha até o início do tímpano, membrana importante para a audição e proteção contra bactérias. Na média, a inflamação é localizada na parte de trás do tímpano. Já na interna, a região mais profunda do ouvido é atingida.
As causas das doenças do verão que gera incômodo nos pacientes são diversas, mas os primeiros sintomas costumam incluir febre, coceira, vermelhidão ou inchaço, diminuição da audição, presença de líquido, pressão e zumbido no ouvido.
- Micose
A micose é uma doença causada por fungos que pode acometer a pele, unhas e até o couro cabeludo. Atinge muitas pessoas no verão, já que o crescimento dos organismos microscópicos ocorre em ambientes úmidos e quentes.
O calor fornece as condições ideais para a proliferação dos responsáveis pela infecção e ainda permitem que as crianças fiquem com as roupas molhadas durante muito tempo. Por isso, é importante mantê-las sempre secas e higienizadas.
Os sinais podem aparecer em partes diferentes do corpo, mas é indicado que se consulte um dermatologista nos primeiros sinais de coceira, vermelhidão ou alteração na coloração da pele.
- Conjuntivite Bacteriana
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste o branco dos olhos e o interior das pálpebras. Há um surto da doença no verão por conta do mormaço.
O sol faz com que seja mais recorrente entre crianças, que coçam os olhos com frequência e levam sujeira acompanhada de vírus e bactérias para dentro de seu organismo. Além disso, é transmitida através do contato da secreção de um olho infectado e um saudável.
A doença se manifesta com olhos vermelhos e podem incluir outros sintomas como presença de secreção, inchaço das pálpebras, coceira, sensibilidade aumentada à luz, ardência e desconforto.
- Impetigo
O impetigo é uma infecção bacteriana de pele que afeta principalmente bebês e crianças. Por passarem mais tempo ao ar livre e fisicamente expostas durante o verão, elas ficam suscetíveis às picadas de mosquito, porta de entrada para a formação de feridas.
Além de defender os pequenos com telas de proteção e cobri-los com roupas leves, é necessário observar a reação do corpo. Na maioria das vezes, o incômodo é local e recomenda-se higienizar a área e mantê-la arejada.
Entretanto, a doença pode se desenvolver de forma mais grave caso o local da picada seja lesionado. Ao coçar o ferimento, os microrganismos entram no corpo e formam machucados que costumam ser vermelhos e infecciosos.

- Insolação
A principal vilã dos dias deliciosos de praia são as queimaduras. A insolação é uma condição séria causada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso. Quando o corpo ultrapassa 40°C, seu mecanismo de transpiração falha e dificulta o resfriamento imediato.
Sinais como dor de cabeça, enjoo, sensação de mal-estar e até desmaios são indicativos do aumento exagerado da temperatura corporal. Apesar de supostamente inofensiva, a condição oferece riscos à saúde ao longo do tempo.
Desidratação, vômito, diarreia, aumento de risco de infecções, queimaduras de 2º ou 3º grau e alterações nervosas como convulsões e danos cerebrais são alguns dos efeitos mais graves.
Problemas respiratórios nas crianças recorrentes no verão
O clima instável do verão é responsável pelo aparecimento de doenças do verão, como problemas respiratórios como bronquite, asma, rinite, sinusite e amigdalite. O calor intenso faz com que a umidade do ar diminua de uma hora para a outra e os poluentes fiquem por mais tempo no ar.
A hidratação não deve ser deixada de lado em momento algum e é fundamental para a reposição de água no corpo. Recomenda-se que crianças e idosos, que têm imunidade mais baixa, fiquem atentos aos riscos e bebam no mínimo 2 litros de água em um dia.
Além do líquido, em locais mais secos, os umidificadores de ambiente podem ser grandes aliados contra crises intensas. O aparelho contribui para uma noite de sono satisfatória, pois diminui os sintomas das doenças.
Para diminuir os riscos de doenças respiratórias é preciso manter a mucosa nasal sempre limpa e hidratada com soro. É importante evitar atividades físicas entre as 10h e 16h, pois além de ser o horário com mais incidência do sol, também costuma ter mais agentes poluentes no ar.
Quais os cuidados básicos com crianças no verão?

Com atenção redobrada e cuidados básicos, os pequenos podem aproveitar o sol, a praia e a piscina de forma saudável e divertida. Não há motivo para grandes preocupações, basta tomar atitudes preventivas que todos estarão seguros para deixar a televisão de lado e aproveitar ao ar livre. Medidas básicas para evitar complicações:
- Aplique o filtro solar recomendado pelo pediatra e vista seu filho com roupas leves, chapéus e bonés;
- Incentive a criança a lavar as mãos com frequência;
- Evite exposição ao sol entre 10h e 16h;
- Verifique as condições de higiene dos alimentos, especialmente se a refeição for realizada fora de casa;
- Atenção para comidas típicas, com temperos fortes e principalmente que sejam fora do costume da família;
- Ofereça às crianças frutas ricas em água, como abacaxi, melancia e uva, que hidratam e são fáceis de conservar um uma bolsa térmica;
- Ofereça líquidos regularmente, é essencial manter a criança hidratada;
- Faça com que o pequeno utilize calçados nos pés em lugares públicos, isso ajudará a evitar micoses;
- Use o repelente indicado pelo pediatra;
- Evite locais fechados, aglomerados e sem ventilação;
- Não esqueça de limpar muito bem o ouvido para evitar o acúmulo de água.
O pediatra Jorge Huberman ainda reforça, que este ano houve um surto de gripe iniciado no Rio de Janeiro se espalhou rapidamente pelo Brasil, com a presença de uma nova linhagem, a H2N3. “Os sintomas das síndromes gripais comuns no verão brasileiro acabam se confundindo, na atualidade, com os da infecção pelo novo coronavírus. Diferenciá-las só é possível a partir de testes em laboratório. Então todo cuidado é pouco”, conclui.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista, Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.