Dr. Jorge Huberman

Crostas na cabeça do bebê: o que são e como cuidar?

Que a pele do bebê é sensível e superdelicada a gente já sabe, mas muitos pais, principalmente os de primeira viagem, não conhecem as mudanças que ela pode sofrer ao longo do desenvolvimento do bebê. Um exemplo são as crostas na cabeça do bebê, o que são e como cuidar?

Desde os primeiros dias de vida, a pele passa por diversas transformações para ficar pronta para a vida fora do útero. No caminho de adaptação ao meio externo, é comum que já nas primeiras semanas após o nascimento, a crosta láctea apareça na cabeça do bebê.

Essa condição, que também é conhecida como dermatite seborreica, não é grave, mas exige atenção e cuidado, e pode gerar muitas dúvidas aos pais. O que é? Por que isso acontece? Como tratar?

Em primeiro lugar, é bom lembrarmos que a dermatite seborreica afeta o couro cabeludo dos recém-nascidos, o ressecando e promovendo o aparecimento de cascas. Essa é uma condição bem comum que atinge cerca de dois terços dos bebês.

Está associada à produção excessiva de sebo, decorrente da hiperatividade das glândulas sebáceas. Elas secretam uma substância oleosa que se acumula e provoca a formação de  placas oleosas, que se agarram ao couro cabeludo em vez de caírem.

Por mais que as cascas gerem preocupações aos pais, esse problema costuma não fazer mal nenhum à saúde do bebê, não é contagiosa e é algo temporário. Ainda assim, é necessário cuidar e limpar o seu filho para garantir o seu bem-estar. Se achar necessário, um pediatra pode ser consultado.

Inclusive, o pediatra e neonatologista Jorge Huberman, explica que a crosta láctea pode aparecer muito cedo, já nas primeiras semanas de vida, e durar de alguns dias a alguns meses, depois desaparecer completamente por volta dos dois anos de idade, embora possa durar mais tempo em alguns casos.

Quais são as causas? Crostas na cabeça do bebê: o que são e como cuidar?

As crostas lácteas podem aparecer no bebê logo nas primeiras semanas de vida
As crostas lácteas podem aparecer no bebê logo nas primeiras semanas de vida (Foto: Freepik)

Não se preocupe! Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a falta de higiene não é a causa do aparecimento da crosta láctea na cabeça do recém-nascido. Uma das hipóteses levantadas por especialistas é que elas surjam devido aos hormônios da gravidez, passados através da corrente sanguínea, pela mãe ao bebê.

Esse hormônio estimula as glândulas sebáceas, promovendo um aumento na produção de oleosidade nas glândulas da pele. No entanto, assim que os hormônios da mãe saírem do organismo do bebê, a crosta láctea desaparecerá também.

Existe alguma relação entre a crosta e o leite?

Por mais que a palavra “láctea” se refira à leite, a resposta é não! Não existe absolutamente nenhuma relação entre o aparecimento da crosta láctea com o consumo de leite do seu filho, então você não precisa se preocupar em mudar a alimentação dele, a não ser que seja recomendado pelo médico. 

A escolha desse nome, em francês “croûtes de lait” ou “crosta de leite” em português, vem da semelhança das crostas com as gotas de leite que transbordaram da leiteira e secaram no fogão. A crosta láctea, caspas ásperas de cor amarelada e oleosas ao toque, são como o leite endurecido e seco.

Como identificar?

Fique atento ao couro cabeludo do bebê. Ele começa a descascar e a formar placas, que podem causar uma leve vermelhidão na região. A crosta láctea ainda pode aparecer em outras áreas do corpo, como nas sobrancelhas, atrás das orelhas, nos cantos do nariz, nas axilas e também na virilha.

É importante ressaltar que a crosta láctea não está relacionada a problemas de saúde ou à falta de higiene. Mesmo não sendo uma condição preocupante, ainda assim, é necessário cuidar e remover as descamações para evitar machucados no couro cabeludo.

O cabelo do bebê pode cair?

O excesso de sebo favorece o desenvolvimento de células novas, mas também une as que já estão mortas, formando placas e escamas. Esta crosta impede o crescimento dos cabelos subjacentes, fazendo com que eles caiam da cabeça do bebê.

Mas, calma! Quando o problema das crostas lácteas for resolvido, o cabelo da criança volta a crescer naturalmente, assim como era antes do surgimento das cascas na cabeça.

Como cuidar da crosta láctea?

Evite lavar o cabelo do seu filho toda vez que ele toma banho
Evite lavar o cabelo do seu filho toda vez que ele toma banho (Foto: Freepik)

A crosta láctea costuma desaparecer sozinha, mas enquanto está presente na cabeça do seu filho, é importante tratar da forma correta, para que não haja irritações e desconfortos em sua pele.

Os cuidados são simples, mas eficientes! Para começar, evite lavar o cabelo do seu filho em todos os banhos, mas quando lavar, use produtos suaves e específicos para bebês. Se preferir, pergunte ao médico qual shampoo usar.

Com o cabelo molhado, use escova macia e apropriada para pentear delicadamente os fios, sem machucar o couro cabeludo, para retirar qualquer escama que tenha ficado solta. É possível usar também uma esponja macia para ajudar a remover as cascas.

Seque bem o corpo do seu filho após o banho, mas não esfregue a pele com a toalha para não causar irritação ou ressecamento na pele. Também evite vesti-lo com roupas pesadas e quentes, pois o suor pode estimular as glândulas sebáceas e provocar o aparecimento das crostas na cabeça do bebê.

Antes do banho, vale aplicar óleos vegetais específicos para bebês na área afetada, para que as cascas se desprendam do couro cabeludo facilmente. Lembre-se: não tente arrancar as cascas secas com as próprias mãos, espere que elas amoleçam.

Faça movimentos circulares e promova relaxamento ao seu bebê. Além de ajudar na remoção das cascas, esse momento de carinho entre os pais e o nenê fortalece os vínculos entre os dois.

Quando devo consultar o médico em caso de crostas na cabeça do bebê?

Se tiver dúvidas em relação ao caso do seu filho, é importante consultar o médico. Caso as escamas sejam grandes, e os métodos de tratamento citados não estiverem te ajudando a resolver o problema, busque a opinião de um dermatologista ou de um pediatra. O especialista poderá avaliar mais detalhadamente e recomendar o tratamento adequado para o seu filho.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista, Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.