Quando falamos de cuidados com as crianças, os olhos (por serem uma das partes mais sensíveis do corpo), tornam-se alvos de preocupação e atenção redobrada. E isso é normal, afinal, uma boa visão é essencial para que os pequenos se desenvolvam em muitos aspectos. Por isso vamos abordar o tema: conjuntivite alérgica e o cuidado com as crianças
No Brasil, cerca de 30% da população tem algum tipo de alergia e 7 a cada 10 alérgicos manifestam a doença nos olhos, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI).
Uma das inflamações mais comuns é a conjuntivite alérgica.
Quando a inflamação surge, sintomas como vermelhidão, coceira, inchaço e a produção excessiva de lágrimas assustam os pais.
Contudo, com informação, e sabendo se prevenir, não há motivo para preocupação.
Mas, afinal, o que é conjuntivite alérgica?
Trata-se de uma alergia gerada pelo contato do olho com agentes alergênicos, normalmente presentes no nosso dia a dia.
Sendo eles, poeira, ácaros, pólen, esmalte nas unhas em contato com os olhos, amaciantes ou até contato próximo com os pets.
O contato com esses agentes, provoca a alergia que é refletida nos olhos em uma irritação ou inflamação da conjuntiva – que recobre a parte branca do olho.
O incômodo e muita coceira deixam a conjuntivite alérgica ainda mais desagradável.
Mas não há motivo para desespero: o contato com os alergênicos é praticamente inevitável, e por isso, os pais devem saber identificar os sintomas, para, assim, tomar a atitude mais adequada no momento da reação alérgica.
“Os pais sabem que o outono e o inverno são sinônimos de agravamento de problemas alérgicos, respiratórios e oftalmológicos, como a conjuntivite alérgica”, diz o pediatra Jorge Huberman.
“Esta condição é mais comum entre os meses de abril e setembro (no hemisfério Sul) e afeta, principalmente, as crianças que já apresentam quadros de alergia respiratória, como a rinite”, afirma o neonatologista Jorge.
Sintomas da conjuntivite alérgica
Os sintomas da conjuntivite alérgica podem ser facilmente percebidos – principalmente pelas crianças, que acabam sentindo as reações mais fortes e doloridas. Isso porque o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.
Além disso, os pequenos com histórico de baixa imunidade tendem a ser mais propensos às reações da alergia.
Entre os sintomas, os principais são:
Olhos vermelhos
Lacrimação
Coceira
Sensação de queimação nos olhos
Pálpebras inchadas
Fotofobia – Sensibilidade e intolerância à luz
Visão borrada
Secreção aquosa
Tratando a conjuntivite alérgica
Em caso de conjuntivite alérgica, o acompanhamento de um pediatra ou oftalmologista é essencial.
Diferente de outras doenças, esse tipo de inflamação não possui um prazo determinado de cura, então é preciso avaliar os sintomas, compreender a individualidade de cada um e manter o acompanhamento de forma certeira.
Entretanto, os cuidados com a conjuntivite alérgica dependem de paciência e tempo.
Compressas de água fria sobre a pálpebra fechada durante alguns minutos e colírios são os tratamentos mais comuns para aliviar os danos e incômodos causados pela conjuntivite alérgica.
A água fria tem como objetivo amenizar a queimação da inflamação e a compressa pode ser feita em casa.
Mas é necessário lembrar que qualquer medicamento deve ser receitado pelo médico, que avalia a situação e o grau da alergia de cada criança, decidindo pela opção mais adequada.
Conjuntivite alérgica e o cuidado com as crianças: dicas de prevenção
Existem alguns cuidados que podem ajudar a evitar o contágio e amenizar os incômodos. Dessa forma, à medida que os agentes alergênicos estão presentes no nosso dia a dia, a prevenção deve começar diretamente na rotina de casa.
Os principais cuidados são:
- Evitar o contato das crianças com cosméticos e maquiagens;
- Substitua a vassoura por um aspirador de pó ou paninho úmido. Isso porque o utensílio de limpeza tende a acumular pó entre os pelos;
- Evite cortinas e tapetes – porque sim, eles acumulam pó! Então, seja no quarto do seu filho ou em outro espaço da casa, opte por tapetes com tecidos ou materiais fáceis de limpar e lavar;
- Tenha atenção redobrada com os animais em casa. Não há dúvidas que a presença de um animal na vida da criança traz muitos benefícios para o seu desenvolvimento, contudo, em casos de alergia, os pais devem avaliar o contato muito próximo dos pets de casa com a criança.
Consulte o médico da família e entenda as melhores soluções.
Ainda assim, com todos os cuidados, é importante que os pais entendam que a conjuntivite alérgica nas crianças é um caminho repleto de altos e baixos. Mesmo em períodos sem a aparição de sintomas, é preciso ficar alerta.
E sempre procure um profissional em caso de reações mais alarmantes.
Conjuntivite viral e bacteriana
É importante distinguir o tipo de conjuntivite para saber o tratamento adequado. Além da conjuntivite alérgica, existe a viral e a bacteriana, sendo que nos dois últimos casos, o agente é infeccioso, sendo causadas por bactérias, vírus e fungos.
Embora sejam parecidas, é necessário acompanhamento e atenção para conseguir diagnosticar a diferença.
Entretanto, a conjuntivite viral apresenta sinais pouco alarmantes. O olho não fica muito vermelho, tem pus de cor clara, mas não abundante e é a conjuntivite de maior propagação.
Já a conjuntivite bacteriana provoca o aparecimento de muco e pus em maior quantidade e, diferente da viral, sua coloração pode ser amarela escuro ou esverdeado. Além disso, também pode provocar dor e lacrimejo.
Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista Dr.Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.