
Como falar com as crianças sobre coronavírus?
O coronavírus está assuntando milhões de pessoas ao redor do mundo; o grande problema é: como falar com as crianças sobre coronavírus?
Como não poderia deixar de ser, e o brasileiro é brincalhão e sempre criativo, tem circulado um meme na internet. Uma menina pergunta para a sua mãe: “Se eu pegar coronavírus preciso ir à escola?”.
A mãe responde: “Claro que não filha. Nem deve ir! O gif segue com a criança lambendo o corrimão da escada do seu prédio.
Brincadeiras à parte, estamos diante do fato de que nossas crianças já ficaram sabendo dessa pandemia e, por isso, podem se assustar.
E, o que é pior, eles veem seus pais preocupados, já que não desgrudam do noticiário.
Em primeiro lugar, é bom que se saiba. Abordar o tema de modo lúdico é sim, possível. E mais: bem agradável para os pequenos!
A UNICEF, (Fundo das Nações Unidas para a Infância, em sua sigla em inglês), divulgou há alguns dias algumas orientações sobre como abordar o tema “coronavírus” ao falarmos com as crianças.
Para a UNICEF, uma conversa “aberta” certamente ajuda os pequeninos a entender e lidar melhor com a situação. Outra dica: fazer perguntas e ouvir de forma atenta as crianças é um belo passo.
A sugestão é convidar a criança a debater sobre o assunto, descobrir o quanto ela já sabe sobre esse assunto.
Em segundo lugar, desenhos e histórias podem ajudar a iniciar o bate-papo. Se a criança ainda é muito nova e não ouviu falar sobre a doença, talvez nem seja preciso entrar no tema.
Pelo contrário: vale talvez a pena aproveitar o ensejo para aplicar as boas práticas de higiene sem trazer novos medos ou traumas para os pequenos.
Apenas aproveite a oportunidade para isso! Ajudará a manter todos higienizados, limpos.
É muito importante que não se minimize as preocupações das crianças ao falar sobre o coronavírus
Contudo, a Unicef ressalta que é de fundamental importância não minimizar ou se esquivar das preocupações que a criança eventualmente possa ter. Ou seja, as crianças não estão enfrentando isso sozinhas.
Diz o comunicado da entidade.
“Assegure-se de reconhecer os sentimentos dela e garantir a ela que é natural sentir medo desse tipo de coisa. Demonstre que está ouvindo, prestando toda a atenção ao que ela fala e tenha certeza de que ela entende que pode conversar com você e seus professores sempre que quiser”.
Ser honesto ao dar explicações e de falar de forma que a criança entenda também é outro ponto positivo para esse tipo de comunicação. Outra, o pediatra da criança também pode te ajudar nesta orientação!
Se não souber as respostas para as perguntas delas, não invente! Use a situação para buscarem juntos as explicações devidas em sites oficiais e que sejam confiáveis.
Mostrar à criança como ela deve se proteger e também seus amigos é outro ponto destacado pela Unicef. “Uma das melhores maneiras de manter as crianças protegidas contra o coronavírus e outras doenças é simplesmente incentivar a lavar as mãos com regularidade. Não precisa ser uma conversa assustadora”.
E mais: ajuda a manter a comunidade segura, ao menos na região onde ela mora, e outras pessoas também.
Regras ajudarão a manter todos a salvo.
É difícil, talvez assustador, mas é o que deve ser feito. É o que determina também o nosso Ministério da Saúde.
A Unicef ainda diz às crianças qual a melhor forma de cobrir o nariz e a boca, com o cotovelo flexionado ao tossir ou espirrar e a explicar que é bom não ficar muito perto das pessoas que apresentem esses sintomas.
Falar sobre os sintomas também é interessante, para que a criança perceba se algo estiver errado.
Ficar em casa é mais seguro tanto para ela quanto para seus amiguinhos
Caso o pequeno fique doente, vale explicar que permanecer em casa (ou no hospital, se for o caso), é mais seguro tanto para ela quanto para seus amiguinhos.
Outro ponto reforçado pela Unicef é que o surto do novo coronavírus trouxe diversos relatos de discriminação racial pelo mundo. Por isso, é essencial saber deles se não estão enfrentando ou então contribuindo de alguma forma para o bullying.
Encerra o comunicado da entidade:
“Diga que o coronavírus não tem nada a ver com a aparência de alguém, sua origem ou o idioma que falam. Se elas sofreram bullying na escola, devem se sentir à vontade para contar a um adulto em quem confiam”.