Dr. Jorge Huberman

Catapora: saiba quais são os sintomas e tratamento

A catapora é uma infecção viral causada pelo vírus da herpes-zoster que leva ao aparecimento de bolhas vermelhas pelo corpo. Ela é uma das doenças mais comuns entre crianças menores de 10 anos. Entenda mais sobre a catapora e saiba quais são os sintomas e tratamento, para cuidar melhor do seu filho.

Coceira, mal estar, cansaço e febre que chega a 39ºC são os principais sintomas da doença. Eles podem aparecer até 20 dias após o contato com alguém contaminado. Além disso, o vírus pode permanecer no corpo entre 14 e 16 dias. No entanto, esse período pode ser maior em pacientes imunodeprimidos.

Em razão disso, uma das maiores dúvidas dos pais é saber como cuidar deste diagnóstico. Se realmente pode ser tratado em casa ou se é necessário consultar um pediatra.

Se você não teve catapora, com certeza conhece alguém que já foi infectado por ela. Isso acontece porque o vírus é altamente transmissível, devido ao líquido liberado pelas bolinhas que aparecem pelo corpo, ou até mesmo, através do ar.

Por ser tão contagiosa, a doença acaba atingindo mais as crianças. Afinal, uma vez que o paciente contrai o vírus, ele estará imune pelo resto da vida. Além disso, na infância o descuido é maior do que na fase adulta, tornando-se mais fácil de serem afetados por ela.

De acordo com o Ministério da Saúde, a varicela (outro título da doença) pode ser manifestada em duas etapas: o Período Prodrômico, que começa com febre baixa, vômito e cefaleia, que pode durar até 3 dias. E o Período Exantemático, que é quando as bolhas podem evoluir à pápulas, crostas, vesículas e pústulas.

Como é feito o tratamento?

Tomar banhos frescos, quase frios, pelo menos duas vezes ao dia alivia os sintomas de febre e coceira.

Além disso, usar bicarbonato e aveia nas feridas pode amenizar a coceira excessiva.

No entanto, é necessário enxaguar e secar o corpo com cuidado após o procedimento.

Apesar do incômodo, o paciente deve evitar coçar as bolhas para que não provoque feridas na pele. Por conta disso, é aconselhado que os pais cortem as unhas dos filhos para que não se machuquem. Antialérgicos também podem ser usados para diminuir a sensação. Contudo, consulte um médico antes de realizar a medicação.

Caso também apareçam bolhas na garganta, é recomendável não comer alimentos muito quentes, ácidos ou salgados. Se hidratar também é essencial! Beber líquidos como água, chá ou água de coco proporciona uma recuperação mais rápida.

O pediatra e neonatologista, Jorge Huberman explica: “Na maioria dos casos, todo o período de acometimento da doença, dura entre uma e duas semanas. A principal complicação da catapora é a infecção secundária das lesões. Por isso é aconselhável evitar coçá–las e arrancar as casquinhas”.

Para os outros sintomas, como febre e dores de cabeça, analgésicos e antitérmicos poderão ser utilizados para amenizar o desconforto da criança.

A catapora pode ser cuidada em casa, mas se os sintomas apresentarem uma intensidade maior do que o normal, recomenda-se consultar o pediatra.

A doença não é considerada grave, quando contraída na infância, pois nesta fase ela costuma ser benigna e pode ser controlada pelo próprio corpo. Mas, em adultos e adolescentes o quadro pode ser mais perigoso, com chances de aparecer em forma de herpes-zoster, vírus também conhecido como Cobreiroou Zona.

No entanto, os sintomas podem ser os mesmos de uma criança, porém, mais intensos. Febre alta, fortes dores de cabeça, fadiga, coceira excessiva, perda de apetite são os mais comuns em pessoas nesta faixa etária.

Isso ocorre porque o organismo apresenta maior inflamação à catapora, pois o sistema imunológico do indivíduo já está completamente formado. Além disso, também afeta especialmente aqueles que não receberam a vacina contra a Varicela na infância.

Vacina contra catapora

A catapora pode ser prevenida com vacina
A catapora pode ser prevenida com vacina (Foto: Freepik)

Muitas pessoas ainda têm dúvidas se realmente existe vacina contra a doença, e a resposta é sim! No entanto, isso não impede que a criança possa ser contaminada. Mas é uma das formas de evitar o desenvolvimento e o agravamento da catapora.

O imunizante contém o vírus vivo da varicela-zoster para que o organismo desenvolva anticorpos contra a doença.

Os bebês com 12 meses de vida, devem receber a primeira dose da vacina contra a varicela e uma dose da tríplice viral (caxumba, sarampo e rubéola) separadamente. Ou a criança pode receber apenas a tetraviral (varíola, sarampo, caxumba e rubéola), que irá trabalhar contra essas quatro doenças e a catapora.

Já a segunda dose da tetraviral deve ser dada aos 15 e 24 meses de vida do bebê.

Além disso, também existe uma vacina específica contra o vírus da varicela para pessoas acima de 4 anos de idade. No entanto, há indicações necessárias para recebê-la, levando em consideração a situação epidemiológica em determinada região. Contudo, ela não é liberada pelo SUS de forma universal.

A vacina tem contraindicações? A resposta é sim. Grávidas, pessoas que tenham alergia a qualquer componente do imunizante ou que foram vacinadas com outros vírus e bactérias vivos enfraquecidos 4 semanas antes não devem recebê-lo.

Além disso, aqueles que tenham passado por uma transfusão de sangue ou injeção de imunoglobulina 3 meses antes, também não são indicados para a imunização.

Também é importante lembrar dos efeitos colaterais que podem ser causados após a vacinação. Febre, vermelhidão e dor no local da injeção, irritação, infecções respiratórias ou aparecimento de bolhas semelhantes à catapora.

Outra dúvida frequente é se as crianças que já foram infectadas, devem receber a vacina. A resposta é não! Uma vez que uma pessoa tenha desenvolvido a doença, ela se torna automaticamente imune contra a catapora.

Formas de prevenção a catapora

Saiba quais são os sintomas da catapora e como tratá-los
Saiba quais são os sintomas da catapora e como tratá-los (Foto: Freepik)

Além da vacinação, uma das maneiras de prevenir a doença é evitar que ela se propague. Para isso, o paciente deve sempre lavar as mãos após tocar nas feridas e não coçá-las.

A criança que contrai o vírus, precisa ficar em isolamento em casa, para que não afete outras pessoas. Ela só poderá retornar à escola, após as erupções terem chegado na fase de crostas. No entanto, se o quadro apresentar mais tempo para recuperação, é necessário esperar a cicatrização total para voltar à vida social.

Se houver alguém na mesma casa que ainda não tenha sido diagnosticado com a varicela, também é recomendado que o paciente use máscara cobrindo o nariz e a boca para evitar o contágio por meio de tosses e espirros.

No caso de pacientes que já têm a saúde comprometida por qualquer outro motivo, a imunização pode ser realizada com globulinas. Consulte o pediatra!

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701