Dr. Jorge Huberman

Bronquiolite aguda: saiba mais!

A bronquiolite aguda é uma infecção viral que atinge a parte mais delicada dos bronquíolos, ou seja, dos pulmões dos bebês. Essas estruturas do organismo nada mais são do que a continuidade dos brônquios que distribuem todo ar para dentro dos pulmões dos nossos nenês. Por isso fique por dentro do tema; bronquiolite aguda: saiba mais!

Em primeiro lugar, é bom que se saiba que a bronquiolite é ocasionada, na maioria dos casos, por vírus respiratórios, sendo o principal deles, o vírus Sincicial.

Outras formas de vírus também podem originar esta situação como: adenovírus, vírus parainfluenza, vírus influenza, entre outros.

Como estamos tratando de uma doença cuja origem advém de vírus respiratórios, esse tipo de quadro de saúde tem início com um resfriado, coriza, tosse, febre, obstrução nasal, recusa das mamadas ou também é detectada alguma irritabilidade, cuja intensidade é variável.

Em somente 1 ou 2 dias, evolui se para uma tosse mais intensa, além de alguma dificuldade para respirar. Fora isso, a criança apresenta chiado no peito, também conhecido como sibilância.

Em certas situações, pode haver sintomas e sinais com maior gravidade, como a sonolência, gemência por parte do bebê, algumas pausas respiratórias e até mesmo

ocorrer a cianose, que é o arroxeamento das unhas, lábios e extremidades.

Cabe salientar que há grupos de risco que podem desenvolver quadros de bronquiolite aguda que são mais graves e precisam de internação, em alguns casos até mesmo em UTIs.

Fazem parte deste grupo, as crianças menores de 1 ano de idade, nenês prematuros, aqueles que são portadores de doenças cardíacas ou então com doença pulmonar crônica, a chamada broncodisplasia.

Também se incluem os imunodeficientes e os bebês que nascem com peso baixo.

Não existem, ainda, tratamentos médicos específicos para a bronquiolite aguda.

Bronquiolite aguda: saiba mais! Pais precisam medicar a criança?

Criança passa em consulta de pediatra: visita ao médico deve ser frequente!
Criança passa em consulta de pediatra: visita ao médico deve ser frequente!

Em boa parte dos casos, a evolução da doença é benigna, isso é, não é preciso usar nenhum tipo de remédio, evoluindo-se, naturalmente, para a cura completa.

Isso ocorre, especialmente, no caso das crianças que não apresentam fatores de risco.

Quando é preciso algum tipo de intervenção, boa parte dos casos são solucionados na casa da criança mesmo, ou seja, no próprio lar, sem precisar recorrer a prontos-socorros ou hospitais.

É feito o acompanhamento da temperatura da criança, observando-se, principalmente, se há febre. Verifica-se, ainda, o seu padrão respiratório.

Há também outros cuidados a serem realizados como, por exemplo, manter o bebê sempre bem hidratado. E, principalmente, alimentado. Tudo isso dentro dos padrões recomendados por seu pediatra.

Em situações onde o quadro é mais grave, é preciso internar a criança no hospital para que ela receba os devidos cuidados e também maior oferta de oxigênio.

Há alguns casos também em que os que os pequenos pacientes acabam utilizando a inalação especial, com a chamada solução salina hipertônica.

É rara a utilização do suporte ventilatório na UTI.

Contudo, seu uso pode ocorrer em cerca de 15% do total de crianças internadas.

Sem dúvida alguma, o segredo de tudo isso é a prevenção.

Certamente, ações que são eficazes e, ao mesmo tempo, simples nos cuidados com os nenês, especialmente aqueles que têm menos de 12 meses de idade e aqueles que apresentam fatores de risco, irão oferecer proteção nos casos de bronquiolite.

Sendo assim, aconselha-se evitar ao máximo o contato entre crianças e maiores de 18 anos de idade que estejam resfriados.

Do mesmo modo, o melhor cenário é lavar a mão dos pequenos e usar álcool 70%, essencialmente antes de tocar nos bebês.

Dicas para ter um bebê sempre saudável

Obviamente, também é aconselhável evitar ao máximo as aglomerações. Da mesma forma, realizar a amamentação dos pequenos e fugir do tabagismo.

Outra boa ação dos pais é realizar o acompanhamento do neonatologista e pediatra para que se verifique o crescimento da criança, como anda a sua alimentação e, principalmente, seu calendário vacinal.

É essencial que os pais fiquem em alerta se o bebê pegar um resfriado. Nessa situação, o pediatra precisa ser avisado para que consiga tomar as medidas necessárias para resolver o caso e assim passar suas orientações.

Se a tosse continuar, se houver dificuldade para respirar, caso apresente sonolência e respiração rápida, a criança tem que ser conduzida para um diagnóstico médico de forma rápida.

Caso o bebê seja prematuro, cardiopata ou ainda, realiza tratamento para o pulmão, é necessário buscar informações sobre a utilização e o acesso ao Palivizumabe.

“Cada paciente que precisa, tem direito gratuito ao Palivizumabe, que é um remédio de alto custo, a até cinco doses dele, conforme os critérios do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde”, diz o pediatra Jorge Huberman.

“Tudo isso é para proteger as crianças de maior risco, que são as mais vulneráveis ao vírus, uma vez que cada dose custa aproximadamente R$ 5000. Ou seja: proibitivo para a grande maioria das pessoas”, diz o neonatologista Jorge.

O pediatra e neonatologista Jorge Huberman ao lado do paciente Pietro: pacientes têm direito gratuito ao Palivizumabe, que é um remédio de alto custo
O pediatra e neonatologista Jorge Huberman ao lado de Pietro: pacientes têm direito gratuito ao Palivizumabe, que é um remédio de alto custo

O mesmo é um anticorpo monoclonal humanizado que combate o VSR, Vírus Sincicial Respiratório, e trazer benefícios às crianças com fatores de risco para bronquiolites (prematuros menores de 29 semanas, com diagnóstico de doença pulmonar crônica ou cardiopatas graves).

Essa medicação pode ser aplicada em cinco doses, nos meses de circulação deste vírus (no Brasil, normalmente, isso ocorre entre abril e agosto).

Em resumo, conforme já foi dito, a prevenção a ser adotada pelos pais é o melhor caminho.

Crianças devem fazer visitas frequentes ao pediatra

Portanto, aconselha-se: evitar o contato com pessoas resfriadas; sempre lavar as mãos; amamentar o bebê até os seis meses de idade, exclusivamente com leite materno, se possível; evitar tabagismo passivo; não ir com o bebê a espaços lotados, com aglomeração; manter o calendário vacinal em dia.

E, por último, se possível, atrasar a ida do bebê para creches e berçários. E, claro, levar a criança para consultas regulares com o pediatra.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista, Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.