Dr. Jorge Huberman

Bebê separado da mãe: angústia do afastamento

Certamente, os pais já se depararam com a seguinte situação: acontece algo, o bebê compreende a situação, mas eles acham que a criança não sabe o que está ocorrendo. Imenso engano: o nenê não só entende, como também fica aflito. Ele sabe que a hora de se afastar da mãe está se aproximando. Pior: ele sente isso. Por este motivo, vamos abordar o tema; bebê separado da mãe: angústia do afastamento.

Essa amargura ocorre, por exemplo, quando acaba a licença maternidade da mãe, está na hora de se separar do seu filho querido e retornar ao trabalho: é uma fase bem difícil para ambos os lados.

Por incrível que pareça, essa é considerada uma das fases mais perturbadoras no desenvolvimento dos seres humanos.

Nesta situação, os bebês se conscientizam do que ocorre no mundo em sua volta, e, de forma natural, desenvolvem relações importantes com quem faz parte de sua vida.

De forma rápida também, o nenê sabe quem são as pessoas vitais para a sua felicidade e também para a sua sobrevivência.

Por isso, sentem um pouco de angústia, um sentimento momentâneo de perda, quando a mãe, por exemplo, sai para trabalhar, “some” e volta à noite.

Problemas ao dormir, amamentar e outras atividades sofrem influência absoluta nesse distanciamento.

Do mesmo modo, os pais irão sentir que ele está passando pela temida ansiedade de separação, essencialmente se a mãe volta ao trabalho.

Ocorre em várias situações, entre os 6 e os 8 meses de idade, que o bebê começa a sentir que está separado da mãe, que eles não passam mais tanto tempo juntos, diferente de seus primeiros dias e meses de vida.

Essa descoberta provoca muita angústia e pânico: a presença da mãe é mais solicitada e o nenê choraminga bem mais do que o normal.

Dicas para enfrentar a angústia da separação

Criança agarra na perna da mãe: separação causa bastante aflição e tristeza no bebê
Criança agarra na perna da mãe: separação causa bastante aflição e tristeza no bebê

Segundo os especialistas nessa área, esse período que causa bastante aflição e tristeza no bebê chega a durar, ao menos, até os três anos de idade, podendo chegar até mesmo aos cinco.

Essa angústia pode se apresentar de vários modos neste prazo.

Por esse motivo, é importante que os pais levem em consideração os sentimentos da criança.

Eles têm que ser simpáticos e carinhosos com seus filhos. Basta se colocarem no lugar deles: é só pensar nas sensações que o bebê está atravessando nesse momento, onde está descobrindo o que é o mundo.

Não o chame de manhoso, nem o classifique como grudento, chiclete, chatinho, essas coisas que pensamos quando estamos com raiva.

Lembre-se: a mãe para um nenê é o seu universo e representa muita coisa: segurança, confiança, carinho.

Ou seja: uma mãe é tudo para uma criança, principalmente nessa idade.

Do mesmo modo, é fundamental os pais terem em mente que grande parte das conexões nervosas no nosso cérebro são estabelecidas na infância.

A forma como mexemos com as emoções do bebê possui um efeito muito forte no modo como essas conexões irão se refletir futuramente, quando se tornar um adulto.

Isso quer dizer que são essas experiências na primeira infância e a interação com o ambiente que são as mais críticas no desenvolvimento do cérebro dos pequenos até os sete anos de idade.

É neste período que eles completam esse desenvolvimento e personalidade.

Vale lembrar que o sistema de angústia da separação, que fica localizado no cérebro inferior, está geneticamente projetado para ser hipersensível.

No começo da evolução humana, era bem perigoso que o nenê ficasse longe da sua mãe. Se ele não chorasse ou se manifestasse para alertar seus pais do seu paradeiro, certamente ele não iria conseguir sobreviver.

Nenês sofrem muito com a ausência dos pais; bebê separado da mãe: angústia do afastamento

Nenê chora no colo da mãe: quando a criança sofre pela ausência dos pais são ativadas as mesmas regiões de quando ela sofre algum tipo de dor física
Nenê chora no colo da mãe: quando a criança sofre pela ausência dos pais são ativadas as mesmas regiões de quando ela sofre algum tipo de dor física.

Cabe ressaltar que a linguagem da perda é semelhante à linguagem da dor.

Dessa forma, quando a criança sofre pela ausência, mesmo que momentânea dos seus pais, em seu cérebro, são ativadas as mesmas regiões de quando ela sofre algum tipo de dor física.

É extremamente importante que os pais respeitem esse sentimento de angústia do bebê, já que sabemos que é muito difícil conseguimos ajudá-los a combaterem certas dores, como, por exemplo, uma cólica, ou quando elas estão com febre.

O pior de tudo, sabemos muito bem disso: não há como a criança expressar essa dor sentimental, já que ela ainda não consegue falar.

O período mais crítico do chamado desenvolvimento social e emocional dos pequenos ocorre no primeiro ano e meio de vida.

Essa parte do cérebro que tem como função regular a emoção do bebê, a amidala, forma-se bem cedo, de acordo com as experiências que o cérebro acaba recebendo.

Certos aspectos emocionais, seguindo o crescimento da criança, irão garantir, se forem realizados de forma positiva, que a criança entenda todos esses valores.

Para isso, os pais também devem manter um vínculo positivo com os seus filhos, transmitindo, principalmente, segurança e empatia com eles.

Do mesmo modo, eles também devem respeitar, com calma e paciência, as etapas de crescimento das crianças.

Quando os pais imaginam ou supõe que as crianças choram por tempos prolongados só por causa de um pequeno estresse só acabam enganando a si mesmos.  

Nunca os pais devem pensar em se livrar do bebê ou não oferecer consolo quando eles choram ou solicitam mais leite do que o normal nas mamadas, já que isso pode ocasionar efeitos negativos, que poderão se tornar permanentes no cérebro do nenê.

O mesmo pode sentir pânico, e isso quer dizer um aumento perigoso da produção de substâncias estressantes em seu cérebro.

Pais precisam ter paciência quando forem se separar do bebê

O pediatra e neonatologista Jorge Huberman durante congresso de medicina realizado em 2019: pais e bebês sofrem muito com a dor da separação
O pediatra e neonatologista Jorge Huberman durante o Congresso Brasileiro de Pediatria, realizado em 2019: pais e bebês sofrem muito com a dor da separação

Esse fator resulta em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, afetando também, futuramente, a sua vida adulta, causando até mesmo alguns tipos de fobias.

Sendo assim, caso a mãe se afaste do seu pequeno nenê para trabalhar ou por algum outro motivo, a dica é ter bastante paciência e, principalmente, carinho com o bebê para que ele adquira confiança e consiga superar essa fase.

Com isso, é meio caminho andado para resolver este problema bebê separado da mãe: a angústia do afastamento.

“Essa separação é difícil tanto para o bebê quanto para os pais”, afirma o neonatologista Jorge Huberman.  

“O vínculo entre a mãe e a criança é criado a partir do momento da gravidez. O nível emocional aumenta durante o momento do parto, com a amamentação e depois com os cuidados nos primeiros anos de vida da criança”, finaliza o pediatra Jorge.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista, Dr.Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701.