Dr. Jorge Huberman

5 histórias para falar de bullying com crianças

O bullying é uma prática de violência e opressão de um grupo contra um indivíduo. Por serem consideradas frágeis, as crianças são as principais atingidas por esse mal. Por isso, a necessidade de falar sobre o tema. Conheça 5 histórias para falar de bullying com crianças.

Um estudo realizado em 2019, em 119 escolas públicas e privadas, mostrou que 28,7% dos adolescentes já foram vítimas de bullying. Os números aumentam quando se consideram grupos como homossexuais (42,1%), deficientes (39,7%) e obesos (31,5%).

Iniciativas são fundamentais para que os menores sejam capazes de identificar que estão sendo vítimas desta situação. Conversas em família sobre bullying, atitudes preventivas em instituições de ensino e campanhas estatais são alguns dos exemplos desse trabalho.

A leitura de obras relacionadas ao tema também é uma boa ideia e pode ser adotada em casa e no ambiente escolar. O ideal é que ler seja um hábito para o público infantil. Dessa forma, a atividade nunca será vista como uma obrigação.

Conheça as 5 histórias escolhidas e o motivo delas ajudarem as crianças a seguir.

  1. Bruno e João
Bruno e João aborda o bullying e a necessidade de compreender as diferenças
Bruno e João aborda o bullying e a necessidade de compreender as diferenças (Foto: Divulgação/ Editora Jujuba)

Recomendada para crianças de 5 a 8 anos, a história infantil aborda a amizade de Bruno e João, dois garotos diferentes que vivem grudados. Enquanto o primeiro é fisicamente grande e tem o coração mole, o outro é pequeno e ranzinza.

Mesmo miúdo, João acreditava que era de sua responsabilidade proteger o seu melhor amigo. Ele se transformava em um verdadeiro gigante quando qualquer um ousava mexer com seu fiel companheiro.

Enquanto brincavam sozinhos, a dupla foi interrompida por outros dois rapazes que caçoavam de Bruno. O jovem mais doce encheu o peito para enfrentar os rivais, mas se conteve por saber da diferença de força entre eles. É aí que o menor decide entrar na briga para defendê-lo.

O livro de autoria de Jean-Claude Ramos Alphen conta com ilustrações delicadas e retrata uma relação de cuidado e superação. Além disso, aborda o bullying de forma sutil e significativa e faz com que as crianças entendam que cada indivíduo é único.

Por meio desta leitura, o diálogo com os pequenos acerca do tema sensível será facilitado e eles serão capazes de compreender a necessidade de respeitar o outro e lutar contra opiniões que os constrangem ou os deixam contra a parede.

  1. E Se Fosse com Você?
E se fosse você? conta a história de um grupo de valentões que praticam bullying com os colegas de sala
E se fosse você? conta a história de um grupo de valentões que praticam bullying com os colegas de sala (Foto: Divulgação/ Editora Melhoramentos)

A obra de Sandra Saruê é um convite para refletir sobre o bullying por um ponto de vista diferente do usual. O leitor não conhece o nome do personagem principal da história, só daqueles que oprimem e perseguem os colegas mais indefesos.

Animal é o valentão que lidera um grupo de alunos da 4ª série B e apelida os outros de acordo com qualquer diferença física. Aqueles que usam óculos, são gordos ou magros não escapam das gozações dos populares da turma.

Em um determinado momento da narrativa, a professora divertida e dedicada nota um clima pesado nos corredores da escola.

Ela descobre que nem todos se sentem acolhidos no ambiente de ensino e opta por criar o dia dos diferentes, o que contribui para a valorização das particularidades de cada um.

O fato de não nos aprofundarmos na história de uma única criança faz com que quem lê o livro se coloque no lugar da vítima e perceba os problemas de apontar os defeitos do outro sem cuidado.

Esse é um aspecto interessante que enriquece a obra e a torna didática. A leitura é indicada para os que têm entre 8 e 10 anos de idade e a mensagem principal é de fácil compreensão.

  1. Carlota Bolota
Carlota Bolota é um criança vítima de bullying e gordofobia
Carlota Bolota é um criança vítima de bullying e gordofobia (Foto: Divulgação/ Editora FTD)

A história escrita por Cristina Porto começa com a mãe de Carlota, que abre seu álbum de casamento para uma amiga. A menina, que não era nascida na data, fica furiosa por não se ver nas fotos e decide fazer uma colagem com imagens só dela.

Enquanto busca por fotografias que relembram sua vida desde o nascimento, a criança se recorda do momento em que começou a ser chamada de Bolota, apelido dado por seu irmão e que não lhe agrada.

Nesse momento, Carlota assume que se sente infeliz e incomodada pelo modo como é tratada. É quando ela faz amizade com uma família vizinha que sua autoconfiança aumenta e nasce a percepção de que somos todos diferentes.

Essa transformação dá coragem para que a garota siga em busca do seu maior sonho: ser atleta. Ela termina o livro com o apelido de Carlota, craque da pelota e consegue reverter o cenário no qual era reprimida e motivo de piada.

A literatura infantil se destaca por ter uma protagonista que foge dos padrões e gera identificação em crianças que não se enquadram em determinados grupos. Ou seja, a representatividade é um ponto forte da obra.

Além disso, é necessário destacar a maneira suave como a gordofobia é abordada, tornando o assunto polêmico em uma conversa com os pequenos.

  1. A arte de conviver com Gustavo, o cão
Gustavo, o cão ensina como as crianças devem lidar com os próprios sentimentos
Gustavo, o cão ensina como as crianças devem lidar com os próprios sentimentos (Foto: Divulgação/ Editora Sinopsys)

De autoria de Carmem Beatriz Neufeld, Isabela Maria Freitas Ferreira e Juliana Maltoni, o livro é destinado para crianças de 6 a 10 anos de idade e pode ser usado por pais, educadores e terapeutas para estimular as habilidades interpessoais dos pequenos.

A história que faz parte da coleção Habilidades para a Vida, da editora Sinopsys fala sobre Gustavo, um cão que gosta de tudo do seu jeito. De repente, ele se depara com um grande desafio: passar as férias com o primo hospedado em seu quarto.

Quando o visitante mexe em seus brinquedos, ele explode. O protagonista, então, conta para o pai que não consegue falar sobre seus sentimentos com os outros. Ele aprende que cada um tem um jeito próprio de se comportar.

Embora não trate diretamente o bullying, pode-se afirmar que conhecer os sentimentos dos outros e de si mesmo é um fator que pode evitar as dificuldades no tratamento com o próximo e favorecer o respeito entre as crianças.

  1. Todos zoam todos
O bullying é tratado de forma sutil e bem humorada em Todos Zoam Todos
O bullying é tratado de forma sutil e bem humorada em Todos Zoam Todos (Foto: Divulgação/ Editora Pulo do Gato)

O livro de autoria de Dipacho faz uma analogia com o reino animal para tratar do bullying. Ele mostra que, assim como no mundo dos humanos, cada bicho tem diferenças físicas e competências distintas.

A história trata um assunto sério com leveza e bom humor. O destaque são as ilustrações, que atraem crianças e despertam a curiosidade. O texto, sucinto, ajuda a expandir o vocabulário dos pequenos por meio dos adjetivos e seus opostos.

Recomendado para leitores com idade entre 2 e 8 anos, a publicação da Editora Pulo do Gato revela que, não importa o motivo, todo mundo acaba sendo vítima de deboche uma vez na vida.

De olho nos sintomas

O pediatra e neonatologista Jorge Huberman, explica que é importante que os pais fiquem de olho nos sintomas dos filhos. Entre os sinais estão:

-Apresentar dificuldade de aprendizagem;

-Apresentar sinais de tristeza, apatia e melancolia;

-Demonstrar crises de ansiedade ou pânico;

-Evitar ir à escola, festas e reuniões;

-Mostrar-se fechado, não dividindo os problemas, nem falando sobre o dia a dia;

-Mudar o apetite, comendo muito ou quase nada;

-Não se interessar por eventos da escola;

-Ter alteração no sono;

-Tornar-se agressivo dentro de casa.

Para marcar uma consulta com o pediatra e neonatologista Dr. Jorge Huberman, ligue para (11) 2384-9701